Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da investigação da sintomatologia devendo fechar um quadro de desenvolvimento agudo de neuropatia sensitivomotora simétrica após episódios viróticos ou intervenção cirúrgica, associada a exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) e achados de eletroneuromiografia. No exame de líquor a contagem de proteínas comumente está aumentada apresentando valores entre 100 a 300 mg/dL (normalidade entre 15 a 50mg/dL), sendo que essa elevação se dá porque a permeabilidade das raízes nervosas na medula espinhal esta alterada potencializando a entrada de proteínas da corrente sanguínea ou impedindo que as mesmas sejam absorvidas pelo LCR. E a eletroneuromiografia registra a acentuada queda dos potenciais de ação musculares, representando a lentificação da condução nervosa pelo axônio.
Itens para o diagnóstico
A – Diminuição de força muscular progressiva em mais de um membro
A intensidade varia de fraqueza mínima dos membros inferiores, com ou semataxia discreta, a paralisia total dos músculos dos 4 membros e do tronco, paralisia bulbar e facial e oftalmoplegia externa.
B – Arreflexia (ausência dos reflexos de estiramento)
Tem caráter universal como regra. Os achados de arreflexia distal, associada a hiporreflexia biceptal e dos patelares, são suficientes para o diagnóstico,se outros achados clínicos são consistentes.
Itens que reforçam o diagnóstico
A – Itens clínicos (catalogados em ordem de importância)
1 – Progressão.
Os sintomas e sinais desenvolvem-se rapidamente, mas cessam de progredir em torno de 4 semanas após o início. Cerca de 50% dos pacientes atingem o nadir em 2 semanas, 80% em 3 e 90% em 4.
2 – Simetria relativa.
A simetria raramente é absoluta, mas, habitualmente, se um membro está comprometido, o oposto também está.
3 – Sinais e sintomas sensitivos discretos.
4 – Comprometimento de nervos cranianos.
Paresia/paralisia facial ocorre em cerca de 50% dos casos e, freqüentemente, é bilateral. Outros nervos cranianos podem estar envolvidos, em particular os que inervam a língua e os músculos da deglutição. Algumas vezes a musculatura extrínseca ocular também está comprometida. Eventualmente – menos de 5% dos casos – a síndrome pode iniciar-se através de comprometimento dos músculos extraoculares ou de outros nervos cranianos.
5 – Recuperação.
Geralmente começa duas a quatro semanas após a parada da progressão, mas pode durar meses. A maioria dos pacientes se recupera funcionalmente.
6 – Disfunção autonômica.
Taquicardia e outras arritmias, hipotensão postural, hipertensão e sintomas vasomotores, quando presentes, dão reforço ao diagnóstico. Esses achados podem flutuar. Cuidados devem ser tomados para excluir outras etiologias, como, por exemplo embolia pulmonar.
7 – Ausência de febre no início dos sintomas .
8 – Variantes (não catalogados em ordem de importância)
a - Febre no início dos sintomas.
b – Perda sensitiva grave com dor.
c – Progressão além de 4 semanas.
Ocasionalmente, a síndrome podeprogredir durante várias semanas além da 4a, ou o paciente tem uma recaída.
d – Cessação de progressão sem recuperação ou com déficit residual permanente significativo
e – Função esfincteriana.
Habitulamente os esfincteres não são afetados, mas, paralisia transitória da bexiga pode ocorrer durante a evolução dos sintomas .
f – Comprometimento do sistema nervoso central.
É controverso. Ocasionalmente, ataxia grave, interpretável como de origem cerebelar, disartria, sinal de Babinski e níveis sensitivos mal definidos são demonstráveis, sem serem excludentes do diagnósticos, se os outros sintomas são típicos.